segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A noite vem às vezes tão perdida
E quase nada parece bater certo
Há qualquer coisa em nós inquieta e ferida
E tudo o que era fundo fica perto

Nem sempre o chão da alma é seguro
Nem sempre o tempo cura qualquer dor
E o sabor a fim do mar que vem do escuro
É tanta vezes o que resta, do calor

Se eu fosse a tua pele
Se tu fosses o meu caminho
Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho

Trocamos as palavras mais escondidas
Que só a noite arranca sem doer
Seremos cúmplices o resto da vida
Ou talvez só ate amanhecer

Fica tão fácil entregar a alma
A quem nos traga um sopro do deserto
Olhar onde a distância nunca acalma
Esperando o que vier de peito aberto

Se eu fosse a tua pele
Se tu fosses o meu caminho
Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho


Pois é, a vida às vezes prega-nos cada partida, provoca-nos cada dor... Quando tudo parece estar bem, algo tem de correr sempre mal, ficamos sem o nosso chão, ficamos sem o nosso porto de abrigo, ficamos sós... Perdemos quem amamos que é o mesmo que perder tudo o que dá sentido à nossa vida. É perder a motivação, é perder a vontade de acordar de manhã (para quê?, se vai ser mais um dia). E dói! Dói ver os outros felizes, dói ver os outros com a sua alma gémea! Claro, que não estou a dizer que não merecem e que não fico feliz por eles! Mas dói no nosso intimo, dói quando estamos sós, dói quando ninguém está por perto.
Tu continuas a ser o meu caminho, a luz que me guia. Tu continuas a ser quem eu amo e quem eu quero tanto...

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